segunda-feira, 23 de julho de 2007

Setembro/2005

Setembro 10, 2005
Política, hipocrisia e amnésia de conveniência
By laercio
A política é a arte de esquecer e lembrar. O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, foi eleito em fevereiro de 2005 com 300 votos. Os deputados esqueceram naquela ocasião em quem estavam votando, tanto os falsos e mesquinhos governistas como os da oposição irresponsável. Em 40 anos de vida pública, a sua fama era de um político fisiológico e provinciano, de moralismo religioso, porém com pouco senso ético. Agora, por conveniência, os eleitores de Severino da oposição começaram a lembrar da sua incapacidade ética e intelectual para representar a Câmara dos Deputados.
A lembrança tornou-se mais forte quando Severino tornou-se, neste momento de grave crise e diante da possibilidade de um impeachment de Lula, um grande aliado do governo. Nesta estratégia política de lembrar e esquecer, lembraram da propina recebida por Severino de um empresário que administra o restaurante na Câmara. Ou será que esta denúncia caiu do céu assim de repente? O mais doloroso é constatar que na maioria dos políticos há coisas para lembrar e esquecer... dependendo da conveniência. Quem não se lembra do esquecimento pela mídia e pelos políticos da fama e história de Antônio Carlos Magalhães quando presidia o Senado Federal no Governo FHC? Lembra?
Publicado em: Sáb, Set 10 2005 11:22 AM
Setembro 6, 2005
Muita fumaça para pouco fogo?
By laercio
Tenho uma tese, provavelmente falsa, que quando uma situação é muito complexa, complicada, a melhor forma de entendê-la, explicá-la ou desvendá-la é simplificando-a. Deste modo a explicação para o esquema de Marcos Valério, Delúbio & Cia. esteja realmente nos depoimentos que deram, lógico descontando algumas mentiras e omissões. Eles alegam que a origem do dinheiro para os deputados são empréstimos tomados pelo publicitário junto aos bancos Rural e BMG. A CPI dos Correios não consegue encontrar dinheiro público no esquema, os empréstimos parecem que ocorreram realmente e os bancos já estão cobrando na Justiça. Sendo assim, endosso a hipótese da jornalista Tereza Cruvinel em seu blog (http://oglobo.globo.com/online/blogs/tereza): "Valério investia no PT tentando viabilizar a entrega do espólio do Banco Mercantil ao Rural, que lhe pagaria uma comissão de 250 milhões de reais. Com isso ele quitava os empréstimos (uma comissão dissimulada ao PT pela ajuda no negócio). Só que o negóciou gorou, ele tentou outros (IRB, venda da Telemig) e todos deram errado. Nisso, Jefferson explodiu tudo." Ou seja, sabido demais se atrapalha.
Publicado em: Ter, Set 6 2005 11:09 AM

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