segunda-feira, 23 de julho de 2007

Outubro/2005

Outubro 31, 2005
Funeral do mito do brasileiro cordial e pacífico
By laercio
Dentre as várias explicações para a vitória esmagadora do NÃO no referendo que perguntava se a comercialização de armas deveria ser proibida no Brasil, creio que os estudiosos e analistas esqueceram de uma, para mim, principal. Há no país uma cultura de violência arraigada secularmente em nossa sociedade. Só que esta violência não é canalizada para as revoluções, revoltas ou lutas políticas em defesa de uma causa. Talvez por falta de consciência de cidadania ou alienação, causada pelo nosso alfabetismo crônico. A violência do brasileiro se expressa no cotidiano, na vingança do dia-adia, na defesa da honra, na afirmação da virilidade ou recalque originado das desigualdades sociais. O referendo sobre a proibição de venda de armas matou, de uma vez por todas, o mito do brasileiro pacífico ou cordial. Meus pêsames.
Publicado em: Seg, Out 31 2005 9:03 PM
Outubro 19, 2005
Referendo desperta instintos primitivos de nossa sociedade
By laercio
As discussões do referendo sobre a proibição de vendas de armas que acontece no próximo domingo, dia 23 de outubro, têm despertado os "instintos mais primitivos" de nossa sociedade. Os argumentos a favor do Não revelam o reacionarismo, conservadorismo e truculência latentes em nossa cultura, principalmente, entre as camadas mais abastardas. O valor maior a ser defendido é o da propriedade e não o da vida. Ainda mais se essa vida for dos pobres. Querem nos levar à barbárie. Cada um por si deve defender-se, claro que só aqueles que podem comprar uma arma. Lixem-se as estatísticas, os assassinatos por motivos banais e acidentes, além do recorde de mortes por armas de fogo que o Brasil ostenta. Eu voto SIM! Arma só serve para matar e a vítima pode ser aqueles que defendem o NÃO!
Publicado em: Qua, Out 19 2005 9:01 PM
Outubro 1, 2005
Jornalismo de ilações
By laercio
Ou as regras do bom jornalismo mudaram, e não percebi, ou convivemos com o jornalismo de ilações. Não são necessários fatos, testemunhas, provas e julgamento da Justiça, basta apenas parecer ou confirmar uma tese ou suspeita. Políticos fazem isso. Buscam interpretar os fatos segundo as suas conveniências. Mas a imprensa não deveria seguir o mesmo caminho. Estamos diante de uma crise política que está decrescendo em intensidade. A mídia faz uma campanha feroz por cassações e punições de alguns envolvidos, mesmo não tendo provas, apenas suposições. E a verdade dos fatos? Alguns jornalistas usam vários tipos de argumentos, até depreciativos, para desqualificar os seus críticos, tudo em nome da liberdade de imprensa. Mas os mesmo argumentos não podem ser utilizados contra a imprensa. Por que?
Estes jornalistas nunca ouviram falar de Nietzche, Marx, Freud? Não há fatos, mas versão dos fatos, interesses, visão de mundo, etc.. A liberdade de imprensa não pode ser um direito absoluto o qual aqueles que o obtém tornam-se castradores do direito alheio. Que dita as regras e ordena: fale! cale! aceite! não se defenda! não critique! O preço da democracia é a eterna vigilância. Tanto dos direitos quanto dos deveres. E nunca devemos esquecer: a liberdade de imprensa não é a liberdade de imprensa da empresa jornalística.
Publicado em: Sáb, Out 1 2005 11:25 AM

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